Avançar para o conteúdo principal
"O 5 de Outubro dos escritores portugueses"

No intuito de assinalar o Dia da Implantação da República, a BE descobriu, reuniu e divulgou, numa pequena exposição, o que disseram alguns escritores portugueses, em diversos anos do século XX, a propósito do 5 de outubro. Eis alguns desses escritos:
 
Miguel Torga - 5 de Outubro de 1938
"Há quase um mês que não escrevo neste diário. Para quê escrever todos os os dias a palavra solidão?
Hoje peguei na pena, não porque tenha muito que dizer, mas porque encontrei um bêbado na rua, aos tombos, a resmungar isto:
- É preciso dar um jeito à vida!...
É preciso ter coragem! É preciso um homem aguentar-se no balanço!" (Diário I. Coimbra: ed. do autor, 6ª ed. 1978)
 
José Gomes Ferreira - 5 de Outubro de 1966
" O feriado de hoje não é obrigatório. E o Governo dificultou-o com a exigência da necessidade de uma licença especial para os estabelecimentos fecharem.
Mas segundo me disse a Rosália, as lojas da Baixa encerraram as portas.
Pequenina vitória dum sentimento-múmia que ainda faz estremecer alguns velhinhos doces: o "republicanismo" " (Dias comuns I. Passos efémeros. Lisboa: D. Quixote, 1990)
 
Vergílio Ferreira - 5 de Outubro de 1982
"Viva o rei! É mentira. Era só para fazer ferro aos republicanos e ver quantos são os monárquicos no país(...)" (Conta-corrente 4. Venda Nova: Bertrand, 1986)

 

Comentários