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Alunos da ESHM nas Correntes de Escrita

Na passada quinta-feira, dia 26 de fevereiro, os alunos do 11º G, acompanhados pelos professores de Filosofia e de Português, respetivamente, professores Margarida Santos e Ulisses Mota, e pela professora bibliotecária, Fernanda Vilarinho, foram ao Diana Bar, na Póvoa de Varzim, ao encontro com o escritor Afonso Cruz, no âmbito das Correntes de Escrita.


Referirmo-nos a Afonso Cruz apenas como escritor é deixar aquém muito do seu percurso profissional. Na adolescência, contou, queria estudar filosofia e deixar o curso de artes. Mas, ao contrário do que se passaria numa outra qualquer família, a mãe não permitiu: “tens de ser artista, disse-me ela. O normal seria que ela quisesse que eu fosse médico ou advogado, mas a minha família era diferente”. Mesmo contrariado, Afonso Cruz estudou Belas Artes e acabou por reconciliar-se com o desenho, uma das suas primeiras paixões. Começou a trabalhar com o intuito de ganhar dinheiro para comprar uma mota. A mota nunca chegou a ser comprada mas uma carreira teve início, a de animação. Afonso Cruz explicou que para se obter um segundo de animação são precisos 25 desenhos, sendo que o último desses desenhos deve ser o segundo a ser feito. Talvez por “defeito” de profissão, os seus livros são escritos dessa forma: depois de começar o livro, escrever o final é o segundo passo. Enquanto trabalhou na empresa de animação, Afonso Cruz começou a desenvolver o gosto pelas viagens e, mais uma vez, a paixão pelo desenho ficou em segundo plano. Desenhar era apenas uma forma de ganhar dinheiro para ficar três a seis meses fora do país. A reconciliação com o desenho voltou a acontecer quando foi escolhido para ilustrar um livro de Alice Vieira, Livro com cheiro a baunilha. Só quando começou a trabalhar para crianças é que o gosto pelo desenho ressurgiu. Depois dessa primeira experiência seguiram-se mais de 30 ilustrações de livros infantis. 
As profissões não se ficaram por aqui. Depois de escrever num blog durante alguns meses, Afonso Cruz foi convidado para trabalhar numa empresa de publicidade como redator. “Basicamente, eu tinha de inventar frases para que vocês comprassem o que não precisavam. Esta profissão deixava-me com muito tempo livre e eu voltei aos blogs, desta vez criando um privado. Depois de algum tempo achei que tinha material suficiente para editar um livro. E foi assim que a aventura da escrita começou”. Depois da animação, da ilustração, da publicidade e da escrita, Afonso Cruz ainda tem tempo para ser cineasta e músico. “A única coisa que planeei na vida, não fiz: Banda Desenhada. Mas lá chegarei”. Notícia publicada no Portal da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim


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