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À conversa com Luís Vaz de Camões

 






No dia 28 de março, na tenda da Catraia de Livros, marcamos encontro com uma das maiores figuras da literatura portuguesa, o inesquecível Luís Vaz de Camões, personagem encarnada por Tomás Teixeira, do 12.ºI, da ESHM. Numa conversa, conduzida por alunos da Escola António Correia de Oliveira, que parecia misturar poesia e humor, o autor de Os Lusíadas compartilhou a sua visão sobre a vida, a poesia e o legado que deixou para a humanidade.

Quando questionado sobre a sua data de nascimento, Camões, com sua habitual sabedoria e leveza, explicou que nasceu "numa manhã inspirada pelos deuses... e pelos ventos da poesia", sem uma data exata, mas possivelmente em 1524 ou 1525. A sua vida, como bem descreveu, foi uma verdadeira odisseia de desafios, incluindo naufrágios, exílios e batalhas, mas nunca perdeu o amor pela palavra.

Um dos momentos mais emocionantes da entrevista foi quando falou sobre a perda de um olho em combate. Se a história popular dizia que o fez por amor, o poeta brincou: "A vida é um soneto, e cada um interpreta os versos como quiser." No entanto, Camões revelou que, para ele, o verdadeiro tesouro foi sempre a sua poesia, que carregou até nas águas turbulentas de um naufrágio, quando, segundo ele, nadou com um braço só para salvar o manuscrito de Os Lusíadas.

A grande obra de Camões, que celebrava os feitos de Portugal e ao mesmo tempo alertava para as suas falhas, levou cerca de dez anos para ser concluída. "Entre uma tempestade e outra, entre um desgosto e uma esperança, entre um exílio e um regresso", o poeta escreveu os versos que, como ele mesmo disse, exigiram "alma, suor e tinta que, muitas vezes, me faltou nos bolsos".

Quando questionado sobre o futuro, Camões mostrou-se esperançoso de que as gerações vindouras ainda leriam e se emocionariam com os versos que escreveu, declarando que, se as pessoas ainda lessem a sua obra, "meu espírito haverá de vos assombrar."

Antes de terminar a entrevista, o grande poeta deixou um conselho aos jovens: "A poesia é a alma em palavras, a luz num tempo de trevas, a voz de quem quer ser ouvido. Se quereis entender o mundo e vós mesmos, lede poesia, e se puderdes, escrevei-a!"

Emocionados com as palavras de sabedoria e humor do Mestre Camões, nos despedimos, sabendo que, de alguma forma, ele continuará a viver através de suas obras imortais.

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